Antes de começar este artigo acerca das curiosidades para saber sobre Berlim, quero deixar claro que o que escrevo não são críticas nem juízos de valor.
São meras constatações que fiz durante os cinco meses em que vivi em Berlim. Não pretendo atribuir às minhas observações um valor negativo ou pejorativo, simplesmente me limito a escrever o que senti quando lá vivia.
A minha paixão por Berlim é absoluta. Adoro as pequenas diferenças que fazem desta cidade aquilo que ela é. Berlim está sempre disponível para nos acolher, mesmo que seja durante apenas alguns dias.
Berlim – A simpatia
Berlim não é uma cidade alemã típica, no sentido em que grande parte dos seus habitantes é de outra nacionalidade e como tal os locais de origem alemã são ligeiramente diferentes dos demais alemães.
Mas ainda assim, posso afirmar que os alemães, regra geral (este tema de generalizar é sempre delicado, mas vamos ser sinceros e assumir que todos, alguma vez na vida, tivemos e temos preconceitos), não são simpáticos.
Sair à rua e estar com a família e os amigos em Berlim
O que quero dizer é que não esperem que vos atendam com um sorriso de orelha a orelha nem fazer amigos no primeiro mês. Parece que estão sempre zangados convosco e que estão a fazer um frete, mas é só um traço cultural, nada mais. Normalmente são prestáveis e eficazes. Os turcos, por outro lado, são as pessoas mais amigáveis com quem se podem cruzar em Berlim e é fácil iniciar uma conversa com eles, se dominarem o alemão, claro!
Berlim – O pragmatismo
Os alemães respondem exacta e literalmente à pergunta que fizerem. Não estão com rodeios nem desenvolvem o tema. Por isso, não esperem ficar a saber tudo o que precisam sobre algum tema com apenas uma pergunta. Não é que eles não vos queiram ajudar ou responder às vossas dúvidas, simplesmente responderam da maneira mais simples, eficaz e concisa à pergunta que lhes foi feita.
Feira nas ruas de Berlim
É fácil pensar que os alemães são antipáticos e que não se importam connosco, mas na verdade o erro foi nosso em assumir que iriam desenvolver mais o assunto. Ponho um exemplo: eu queria vender os meus colares no Mauerpark e dirigi-me ao balcão de informações para saber como o podia fazer.
Perguntei à rapariga que lá estava: “Faço estes colares à mão, posso vendê-los aqui?” Ao que ela me responde: “Não”. E eu, muito surpreendida porque o que mais se vê no Mauerpark são pessoas a vender os seus produtos manufacturados, volto a perguntar: “Então mas outros vendedores podem e eu não?” ao que ela, já com cara de enfado, responde “Esses são vendedores que já vendem cá há mais de dois anos. O Mauerpark é um mercado de segunda-mão por isso não estamos a deixar que vendedores de coisas novas ocupem mais espaço.”
Ruas de Berlim
Ora eu, triste e desiludida mas não vencida, fui falar com algumas pessoas que estavam nesse momento a vender as suas coisinhas feitas à mão. Perguntei-lhes há quanto tempo vendiam no Mauerpark e para minha surpresa todos me responderam que há menos de dois anos! Indignada, mas já com alguma vergonha, pedi ao meu marido que fosse falar com a senhora da banca das informações.
Depois de várias perguntas e alguma reticência da parte dela (e para manter esta história curta), lá lhe explicou que não disponibilizavam bancadas, mas que se quiséssemos podíamos trazer a nossa própria bancada e alugar um espaço. Dessa forma já podíamos vender o que quiséssemos. Ora bolas! Não podia ter dito isso logo ao início? Não! Não, porque não fizemos as perguntas certas… O que eu devia ter perguntado era “O que é que tenho de fazer, ou como faço, para vender os meus produtos aqui?”.
Berlim – O Inglês
Qualquer alemão vai dizer que não fala inglês, o que não é verdade! Não conheci nenhum alemão que não falasse ou entendesse inglês! O que na realidade acontece é que se sentem pouco à vontade a fazê-lo e preferem que façamos um esforço para falar alemão.
Uma vez que se apercebem que, apesar do nosso esforço para falar a sua língua, o nosso alemão é pior que o inglês deles, lá se mostram um pouco compassivos e nos tentam explicar as coisas em inglês.
Digam lá se Berlim, afinal, não é colorida
Berlim – As cicatrizes da Segunda Guerra Mundial
É proibido dar o nome Adolf a um filho e a sigla SS está completamente banida, sendo proibida tê-la, por exemplo, nas matrículas dos carros. Não preciso explicar o porquê, pois não?
Berlim – O feio torna-se belo
Os canos dos esgotos e serviços de saneamento de Berlim estão colocados no exterior, a céu aberto, mesmo por cima das nossas cabeças e são cor-de-rosa! Creio que a filosofia aqui é converter o feio em belo.
Praça 18 de março
Berlim – O Ambiente
É comum ver muita gente a beber cerveja na rua depois do horário de trabalho e ao fim-de-semana, o que nos pode dar uma imagem degradante da cidade e uma sensação de insegurança, mas não se preocupem, Berlim é bastante pacata e segura. As pessoas que bebem, deixam as garrafas no chão, junto aos caixotes do lixo, para que alguém as recolha, já que há um sistema bastante eficiente de recolha de vidro e plástico (cada garrafa de vidro vale entre 5 a 15 cêntimos e as de plástico valem 25, que se podem trocar em qualquer supermercado).
Os parques de Berlim são fantásticos para passear quando o sol brilha
Berlim – A reconversão urbana
Berlim é vibrante, movida e está constantemente a reinventar-se. A política de construção na cidade é reconstruir, restaurar e renovar, por isso, não é de estranhar que o antigo aeroporto de Templehopf se tenha convertido num local para andar de patins, skate, bicicleta, fazer desportos estranhos dos quais desconheço os nomes, lançar papagaios, pilotar carros telecomandados e drones, ter uma horta comunitária… Vale a pena passar aqui uma manhã e descobrir imensas coisas estranhas!
Visitar Berlim, ou viver lá, significa descobrir estas e muitas mais curiosidades que são, afinal, características próprias do povo alemão mas, mais que isso, dos habitantes de uma cidade que viveu dividida por um muro durante 28 anos desde a sua construcção original (1961) até à sua queda em 1989.
A autora deste artigo é a Helena Grosso, talvez a pessoa mais positiva e feliz que conheço. É apaixonada pela sua família, pelas experiências que a vida lhe traz e por aquelas que cria. Fora de Portugal, já viveu em Berlim, Corunha e Genebra. Viaja muitas vezes, algumas delas em sonhos diários.
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