Vindos da etapa da nossa viagem em que fizemos Interrail em Praga, República Checa Praga, deviam ser cerca de 4 da tarde quando chegámos a Munique à estação München Hauptbahnhof e largámos as nossas malas no Hotel A&O. O hotel não é nada de extraordinário mas é simpático e barato (compare preços de hotéis em Munique). Tem a particularidade dos quartos não serem no mesmo edifício da receção mas na rua do lado, à semelhança de alguns motéis que vi em filmes.
Como estávamos esfomeados, fomos logo ao primeiro restaurante kebab que, como vimos na viagem a Berlim, tinha preços muito semelhantes ou ainda mais baixos do que os da cidade onde vivemos (Corunha, Espanha).
Não aconteceu nada de muito excitante no restaurante, sem contar com o facto da Helena ainda conservar hábitos portugueses quando paga a conta em cafés ou lojas. Deixem-me explicar. Em Portugal, praticamente ninguém tem troco e, por isso, se a conta for 12,25€, por exemplo, e dermos 15€, o empregado diz sempre qualquer coisa como “Não tem 2,25€? Não? … 25 cêntimos? Não? … Hummm…”. Nunca têm troco! Então, a Helena normalmente descobre cada moedita que tem na carteira e dá aos empregados, que adoram isso em Portugal…

Foi o que ela também fez ao empregado, provavelmente de origem turca, em Munique mas com um toque de subtileza ainda maior: deu todo o dinheiro em moedas e disse-me com um sorriso que, dessa forma, ficaríamos mais leves e eles ficariam com trocos no restaurante.
O empregado chegou, verificou a conta, aceitou as moedas e fez uma expressão como se lhe tivéssemos cuspido na mão: “O que é isto?! O que é que eu faço com isto? Não sou um banco! Não preciso disto!”. Foi o suficiente para lhe darmos antes uma nota de 10€…
Depois tivemos que regressar à estação para perguntar pelos comboios/trens do dia seguinte. Nesta altura da nossa viagem de interrail a viajar na Europa já estávamos muito cansados e não queríamos arriscar ficar mais tempo longe da Espanha e, eventualmente, deixar o bilhete de interrail expirar.
Então, a nossa ideia era partir para Paris no dia seguinte depois de almoço. Mas parecia que muitas pessoas estavam a viajar naquele fim-de-semana por causa de “um feriado católico”, segundo o funcionário da estação. Este falava inglês perfeito e foi super simpático.
Depois de termos comprado o bilhete e mencionado que planeávamos deixar Paris no dia logo a seguir, ele verificou os comboios/trens para Espanha e disse-nos que, assim que chegássemos a Paris, teríamos de nos apressar a atravessar toda a cidade para ir para um estação diferente. Tínhamos muito pouco tempo para mudar de comboio/trem.
Apercebemo-nos que a melhor solução seria partir de Munique no comboio/trem mais cedo da manhã seguinte, o que fez com que o funcionário tivesse que ligar ao superior para cancelar os bilhetes que já tinhamos comprado e vender-nos outros. Ele fez tudo sem sequer uma cara de aborrecimento. Rapaz muito simpático!

Concluímos que tinhamos então muito pouco tempo para visitar Munique e, ainda por cima, o tempo estava chuvoso. Fomos até ao centro da cidade e depois até ao rio. Neste passeio por Munique pudemos ter uma noção de quão rica a cidade é.
Tudo parecia tão organizado e limpo e havia tantos bons carros (Mercedes-Benz, Audi, Porsche) que fizemos um pequeno jogo: encontrar o pior carro que conseguíssemos. O vencedor foi uma carrinha Peugeot novinha em folha. Será que dão um Mercedez-Benz grátis quando alguém se quer viver na cidade e se regista na Câmara Municipal de Munique?

Quando estava a escurecer fomos até ao centro de Munique para jantar. Era dia 12 de Agosto, o meu aniversário, e queríamos algo com mais classe do que outro kebab. Escolhemos o Augustiner Restaurant, em Neuhauser Straße. Este restaurante bávaro tem longas mesas de madeira, empregados vestidos com roupas tradicionais da Baviera. Tudo com grande pinta. Devia ser caro, não é? Pedi um prato de peixe da lista das especialidades da casa e foi o mais caro dos dois que pedimos. O preço: cerca de 12€! Adoro a Alemanha.
Com barrigas cheias de comida da Baviera e de cerveja e a termos que nos levantar cedo na manhã seguinte, dissemos adeus às ruas de Munique (temos que voltar um dia) e regressámos ao hotel… Começava aqui o regresso definitivo a casa, com mais um etapa a passar por Paris. (em breve num novo artigo)
[Artigo traduzido e adaptado do original em inglês Interrail (Part 6) – Germany (again).]