Viajar com crianças – 5 dicas para levar os miúdos consigo

Viajar com crianças é tema que não falta nos sites e blogs sobre viagens. E eu já li alguns desses artigos, que incitam quase todos a viajar com filhos numa espécie de maior aventura e experiência que os pais podem ter.

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Viajar com crianças – “A que sabe a neve, pai?”, Suíça

Talvez não tenha procurado a fundo mas nunca encontrei nenhum artigo que referisse as certezas e incertezas de sair de casa e partir para outro país com crianças, as nossas crianças, atrás. Ou mesmo um artigo que explicasse como essa viagem se torna diferente em termos de planeamento ou logística.

Nasce, assim, este testemunho, que não é mais do que a minha (nossa) experiência. Entendam-no como tal e não como um guia absoluto para viajar com crianças. Adaptem tudo à vossa realidade e à vossa ideia do que é viajar em família.

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Viajar com crianças – o melhor abraço do mundo, Mont Saint-Michel, França

Viajar com crianças… ou então não

Estamos em 2019. A minha filha nasceu em 2009. A verdade é que viajar depois de ter filhos é completamente diferente do que acontecia antes. Sou um péssimo viajante. Não sou capaz de planear a minha vida com algum tempo de antecedência. Gosto de mudar de ideias à última hora.

Mas para comprar bilhetes de avião mais baratos, especialmente em alturas bem definidas, não posso adiar eternamente as decisões de destinos ou datas… ou número de passageiros.

Aqui em casa, nem sequer comunico todas as minhas ideias relativamente a viagens à minha mulher (ela daria em doida com as minhas mudanças radicais de destinos). Só falo com ela depois de ficarem as derradeiras 2/3 hipóteses. Isto, claro, sabendo de antemão que temos a nossa lista de lugares onde queremos ir bem definida. Agora acrescentem mais uma variável a esta confusão: levamos ou não levamos a nossa filha desta vez?

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Viajar com crianças – Incógnita em Veneza, Itália

Importa dizer desde já que ela adora/adorava(?) ficar 7/8 dias nas duas casas dos avós. E eles ficar com ela. Mas ela também já adora viajar! E nós de a levar na viagem. Mas também de ir a lugares menos “acessíveis” a crianças e de andar mais livres em termos de horários… e orçamentos. E não estou a trazer para a equação um fator mais do que preponderante. As saudades de viajar sem ela.

Como acontece com qualquer pai, imagino eu, tenho uma ligação extremamente forte com a minha filha. Dá-me energia. E devora-me essa mesma energia de uma forma deliciosa.

Viajar com crianças e sozinhos – as nossas viagens e experiências

Em 2011 tínhamos uma viagem preparada à Escócia, a primeira depois da Beatriz ter nascido. E sem ela. Tudo comprado e reservado, malas no porta-bagagens para ir para o aeroporto. E não conseguimos partir. Saudades antecipadas.

Naquele dia foi impossível. Primeira tentativa. Falhanço total. Respirámos fundo (as coisas mudam muito depressa cá em casa) e, no dia seguinte, seguimos de carro desde Évora até à Corunha, mais ou menos 700km. É bom mudar de ideias.

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Viajar com crianças – “Uma borboleta?!”, Santiago de Compostela, Espanha

Começa então aqui a lista de viagens com e sem a nossa filha desde esse ano.

2011

  • Viagem em família, julho, 5 dias em casa de amigos – Corunha, Santiago de Compostela, Pontevedra (Espanha), Porto

2012

2013

  • Viagem sozinhos, fevereiro, 9 dias – Amesterdão (Holanda), Bruxelas (Bélgica), Paris (França)
  • Viagem sozinhos, abril, 5 dias – Budapeste (Hungria)
  • Viagem sozinhos, julho, 7 dias – Escócia
  • Viagem em família, dezembro, 7 dias em hotel e casa de amigos – Suíça e França

2014

  • Viagem em família, julho/agosto, 10 dias – Disneyland Paris, Paris, Vale do Loire, Praias da Normandia,… (França)

2015

  • Viagem em família, março/abril, 8 dias – Veneza, Montanhas Dolomitas, Bolzano, Verona, Vicenza (Itália) e Gruta de Postojna, Ljubljana, Lago Bled (Eslovénia)
  • Viagem em família, julho/agosto, 18 dias – Berlim (Alemanha) e Escandinávia: Estocolmo (Suécia), Copenhaga (Dinamarca), Bergen e Oslo (Noruega)

2016

  • Viagem em família, agosto, 5 dias – Béjar, Salamanca, Ávila, Segóvia, Parque Nacional de Monfrague (Espanha)
  • Viagem em família, dezembro 9 dias – Berlim, Potsdam, Leipzig, Castelo de Wartburg, Quedlimburg, Hahnenklee, Goslar, Magdeburg (Alemanha)

2017

  • Viagem sozinhos, fevereiro, 7 dias – Cashel, Killarney, Ring of Kerry, Wild Atlantic Way, Doolin, Galway, Sligo, Donegal, Dublin (República da Irlanda); Londonderry/Derry, Portstewart, Portrush, Castelo de Dunluce, Calçada dos Gigantes, Belfast (Irlanda do Norte)
  • Viagem em família, agosto, 9 dias – Breslávia, campos de concentração Auschwitz e Birkenau, Cracóvia, Minas de Sal de Wieliczka, Santuário Kalwaria Zebrzydowska, Igrejas de Madeira UNESCO, Zakopane, Zamosc, Lublin, Varsóvia, Torun, Poznan (Polónia); Ruzomberok, Vlkolinec, Levoca, Castelo de Spis, Bardejov, Igrejas de Madeira UNESCO (Eslováquia)
  • Viagem em família, dezembro, 6 dias – Madrid, Cuenca, Aranjuez, Toledo, Trujillo (Espanha)

2018

  • Viagem em família, fevereiro, 5 dias – Roma, Itália
  • Viagem em família, abril, 9 dias – Berlim, Alemanha
  • Viagem em família, agosto, 21 dias – Helsínquia, Savonlinna, Parque Nacional Linnansaari, Rovaniemi, Ranua, Oulu, Tampere, Turku (Finlândia); Talín, Viljandi, Valga (Estónia); Parque Nacional Gauja, Cesis, Sigulda, Riga (Letónia); Trakai, Kaunas, Colina das Cruzes, Palácio de Rundale, Memorial Salaspils (Lituânia)
  • Viagem em família, dezembro, 5 dias – Córdoba, Granada, Sierra Nevada (Espanha); Gibraltar (Reino Unido)

2019

  • Viagem em família (com amigos), março, 6 dias – Londres (Inglaterra)
  • Viagem só com o meu pai, março, 5 dias – Berlim, Alemanha
  • Viagem em família, julho/agosto, 24 dias – Hiroshima, Himeji, Quioto, Osaka, Parque de Nara, Santuário Fushimi Inari-taisha, Kanazawa, Shirakawa-go/Ogimachi, Takayama, Okuhida Onsen/Hirayu Onsen, Matsumoto, Hakone, Tóquio (Japão); Dubai, Abu Dhabi, Al Ain (Emirados Árabes Unidos)
  • Viagem em família, dezembro, 5 dias – Burgos, San Sebastián, Bilbao, Picos da Europa (Espanha)

2022

  • Viagem em família, julho/agosto, 14 dias – Saragoça (Espanha), Andorra-a-Velha (Andorra), Val d’Europe, Disneyland Paris (França), Monte Carlo (Mónaco), La Spezia, Cinque Terre, Milão (Itália), São Marino (São Marino), Lago de Lugano, Lugano, Gandria, Lago Maggiore, Locarno, Bellinzona (Suíça), Vaduz (Liechtenstein), Estrada Romântica – Füssen, Landsberg am Lech, Ausgburg, Donauwörth, Nördlingen, Rothenburg ob der Tauber (Alemanha), Luxemburgo (Luxemburgo).

Nota: Em 2022 a minha filha já não pode ser considerada propriamente uma criança (fez 13 anos). Qualquer dia escrevo um artigo sobre viajar com adolescentes…

Se repararem bem na lista vão descobrir que nas últimas viagens já levámos quase sempre a nossa filha. No avião para a Escócia, em 2013, eu disse “Já tenho saudades. A partir de agora passamos a trazê-la!”

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Viajar com crianças – “Porquê tantas cruzes?”, Cemitério Americano na Normandia, França

1- Viajar com crianças – quando começar

Na verdade, não haverá uma idade a partir da qual já é possível viajar com crianças. Depende do destino, do número de dias, do espírito mais ou menos aventureiro dos pais,… O importante é que os pais estejam tranquilos e a criança esteja bem.

Mas a viagem com crianças torna-se extremamente mais gratificante a partir do momento em que elas também passam a ganhar a satisfação por ver, sentir, provar coisas novas. A partir da altura em que os nossos filhos fazem perguntas, criam memórias. Estas experiências ficam para a vida, irão fazer deles pessoas mais abertas, mais conscientes e apaixonadas pelas diferenças de culturas e pessoas pelo mundo.

2- Viajar com crianças – escolher o destino

Não partilho nada da opinião de muitos pais que acham que o programa ideal para fazer com os filhos é simplesmente levá-los a lugares de que as crianças gostam: o parque infantil, um filme de desenhos animados, a Disneyland,… Acho que esses lugares são importantes.

Mas acho igualmente que é essencial dar-lhes a conhecer coisas diferentes. Um museu, o planetário, uma cidade onde não há carros mas sim barcos, a vista magnífica desde o topo do monte perto de casa ou da Torre Eiffel, um gelado diferente, uma comida estranha, um animal das grutas.

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Viajar com crianças – Não pensei que a neve fosse tão fofa…, Suíça

Por tudo isto, a escolha do destino deve ter lugares que vão, de certeza, agradar às crianças. Mas também outros que lhes possam abrir horizontes. Na viagem à França fomos à Disneyland mas também andámos quilómetros em Paris e percorremos de carro o Vale do Loire, subimos o Mont Saint-Michel e visitámos as praias do desembarque na Normandia durante a Segunda Guerra Mundial.

Na viagem à Eslovénia optámos por visitar uma gruta que tivesse um pequeno comboio (Gruta de Postojna) e percorremos o Parque Tivoli da capital Ljubljana à procura de esquilos para dar uns frutos secos e fotografar.

Ou seja, não importa o destino. O que importa é transformá-lo num lugar apelativo e de aventura, de descoberta. Antes de visitar a Catedral de Notre-Dame em Paris, mostre o filme animado do Corcunda de Notre-Dame e procure as gárgulas já na enorme igreja. Encontre no YouTube os desenhos animados do Marco e Gina antes de ir a Veneza e use-o para entusiasmar o seu filho a entrar no Palácio do Duque. Traga um peluche dum morcego das grutas. Incite-o a fotografar. Use a imaginação.

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Viajar com crianças – Foto tirada pela Beatriz, Coliseu de Verona, Itália

3- Viajar com crianças – Reservar a viagem de forma independente

Planear de forma independente uma viagem com crianças é um pouco diferente de planear uma a solo, a dois ou com mais adultos. Vejamos.

Pacotes de viagens e voos

Reservar viagens online em pacotes voo+estadia ou somente voos nos sites das próprias companhias aéreas faz pouca diferença. Basta assinalar a idade dos passageiros crianças pois existem, por vezes, grandes descontos.

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Viajar com crianças – “Para que servem estes cadeados todos?”, Paris, França

Reservar hotel

A estratégia para reservar hotel online depende do número de viajantes e do número de crianças. O que faço sempre é fazer buscas no Booking e reservar nesse site. Para mim, é o melhor. Já o uso há alguns anos e passou a ser ainda mais precioso desde que viajo com a minha filha. Passo a explicar as maiores vantagens:

  • Site simples e em português;
  • Milhares de hotéis à escolha;
  • Mais de 41 mil destinos;
  • Milhões de comentários imparciais (faça o seu depois da sua experiência);
  • Excelente organização e gestão das suas reservas;
  • Preços atualizados em tempo real;
  • Organização dos resultados das buscas por preço, distância ao centro da cidade;
  • Possibilidade de reservar hotel aproveitando preços muito baratos ou pagando pouco mais para poder cancelar gratuitamente (as crianças adoecem, não é?).

No caso da nossa família, dois adultos e uma criança (neste momento com 6 anos), uso um pequeno truque. Faço sempre buscas para um quarto duplo e depois consulto a política do hotel relativamente a crianças. A nossa filha muito raramente dorme connosco na cama em casa, mas em viagem gosta de dormir no meio dos dois.

Há muitos hotéis que não cobram mais se as crianças dormirem na cama existente. Mas é preciso consultar a idade limite para que isso seja possível. Varia muito. Desde os 2 aos 12 anos, é uma questão de procurar. Também há hotéis que disponibilizam uma cama adicional sem cobrar mais. E ainda outros que cobram 10-30 Euros por essa cama.

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Viajar com crianças – Eu, foto da Beatriz, Catedral de Bolzano, Itália

Se gostar mesmo de um hotel, pela localização ou pelo aspeto das fotos, e a política relativamente a crianças não corresponder ao seu caso (por exemplo, criança grátis até aos 6 e a sua tem 7) reserve à mesma com cancelamento gratuito. Na fase final da reserva explique a situação e aguarde a resposta por email. Duvido que lhe peçam mais dinheiro, arriscando assim que cancele a sua reserva. Se o fizerem, cancele-a. Simples!

Só mesmo em último caso busco e reservo um quarto triplo. Não se esqueça que pode ainda usar a caixa de contacto na fase final da reserva para pedir um quarto numa zona mais tranquila, no rés-do-chão, etc.

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Viajar com crianças – A descobrir as Bombocas em Genebra, Suíça

Ainda sobre hotéis, no caso de ir fazer também uma viagem de carro alugado (ou próprio) e não saber bem onde vai pernoitar em determinado dia, pode sempre fazer a reserva de véspera usando o seu computador ou mesmo o telemóvel e o WIFI do hotel ou os dados móveis (o roaming não é assim tão caro hoje em dia, especialmente na União Europeia). Até pode reservar hotel mesmo à porta no próprio dia se o preço for melhor.

Viajar de carro alugado ou próprio

Viajar de carro com crianças durante longos períodos de tempo pode ser uma dor de cabeça. Aborrecem-se e estão sempre a perguntar quanto tempo falta… O melhor a fazer é contar já com isso e arranjar atividades para as distrair.

Para os miúdos que enjoam é mais complicado, os pais saberão o que potencia o enjoo. Nesses casos, devem manter-se afastados de livros ou mesmo jogos de telemóvel. Se optar por estas opções, peça-lhes que olhem para fora do carro a cada 2 ou 3 minutos para não enjoarem. De um modo geral, uma boa conversa sobre o que já se passou na viagem, o lugar onde se vai parar a seguir ou a paisagem pode ajudar a passar o tempo.

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Viajar com crianças – Não é a minha filha… mas parece fascinada com Paris, França

Quanto a alugar carro, o essencial é que não se esqueça da cadeira de criança apropriada para a idade. Refira essa necessidade na sua reserva online ou por telefone. Muitas vezes, as companhias têm um número relativamente limitado de cadeiras de criança. É melhor reservar antecipadamente para poder seguir viagem.

4- Viajar com crianças – comer e beber

Muitos pais ficam um pouco stressados com a comida que vão dar aos filhos em viagem. A verdade é que, muito provavelmente, não vai encontrar sopa no estrangeiro em todo o lado como em Portugal. Também vai acabar por comer sandes e comida menos saudável ao longo do dia.

Mas, pense bem, uma semana ou duas de alimentação não tão boa como em casa não vai fazer assim tanto mal. Especialmente se o pequeno-almoço for reforçado em termos de qualidade e se houver sempre fruta ao longo do dia. Não se esqueça da água e… relaxe.

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Viajar com crianças – A preparar a máquina fotográfica, Veneza, Itália

5- Viajar com crianças – cansaço

Seja qual for a idade dos seus filhos, em princípio, e ao contrário do que parece, eles vão ficar cansados mais depressa do que um adulto. Especialmente se a viagem tiver vários dias. Isso é inevitável. Contudo, por experiência própria, num minuto vão dizer que já não podem andar mais. E logo a seguir vão correr e saltar durante 15 minutos. Se se estiverem a divertir, o cansaço vai chegar mais tarde.

Aproveite a hora das refeições para descansar as pernas e as viagens de carro para convencer as crianças a dormir um pouco. Sente-se para observar as movimentações numa praça ou o pôr do sol.

Independentemente da quantidade de energia que as crianças pequenas possam ter, é certo e sabido, vai acabar por ter que as carregar a certa altura. Não há como evitar! Aproveite o momento para ganhar músculos e abraços apertados. A não ser que seja absolutamente necessário, deixe o carrinho de passeio (a “cadeirinha”) em casa. Seria mais uma coisa para carregar e atrapalhar.

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Viajar com crianças – luta de bolas de neve, Suíça

Viajar com crianças tem condicionantes. Conte com elas mas aproveite cada momento. Os nossos filhos são quase o melhor do mundo. No topo da lista está viajar com eles!

Reservar hotel a contar com os miúdos exige um maior planeamento se quisermos poupar dinheiro, estar confortáveis e escolher a localização certa. Muitos hotéis só têm quartos duplos e, em alguns, nem sequer é possível acrescentar uma terceira cama por falta de espaço. Ou seja, a oferta de alojamento onde podemos dormir com a família é bem menor.

Por isso, comece já a planear a sua próxima viagem investigando alojamento no seu destino de eleição, mesmo que ainda faltem alguns meses. Ponha em prática as dicas do Foto Viajar para reservar hotel no site que uso sempre para fazer reservas. Não paga mais por isso e assim ajuda-me a manter este blog. Muito obrigado. Boa viagem!

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