A pesquisa Turismo Portugal remete-nos sempre para a cidade de Lisboa e logo a seguir, Cascais e Sintra. Estes dois últimos lugares surgem porque, para além de serem perto da capital e permitirem facilmente uma visita por parte de quem está num hotel em Lisboa, são dois lugares fantásticos.
Já antes tinha visitado alguns lugares da Região de Turismo do Oeste, em Portugal, mas nunca tinha lá ficado a dormir, de modo a explorar mais pormenorizadamente todos os recantos.
Mas ganhei um fim de semana num hotel da Praia do Guincho, no concurso de fotografia mensal da revista Visão Viagens “Eu estive aqui”, com uma foto tirada num templo Budista em Bankok, Tailândia. Assim, marquei a estadia para uns solarengos dias de Julho.
Turismo Lisboa, Viagens Lisboa, Cidade Lisboa
Entre em Lisboa e dirija-se a Belém, junto ao rio Tejo e ao Mosteiro dos Jerónimos, de modo a comprar uns Pastéis de Belém para a sobremesa ou para o lanche. Estas delícias existem no local já desde o século XIX quando, em consequência da Revolução Liberal de 1820, se fecharam (em 1834) todos os conventos de Portugal e se expulsaram o clero e os trabalhadores.
Para tentar sobreviver, alguém do mosteiro pôs à venda numa loja desta zona de Lisboa os tais pastéis que posteriormente, em 1837, viriam a ser confeccionados segundo a antiga “receita secreta”. Esta tem-se mantido igual até hoje e é conhecida exclusivamente pelos mestres pasteleiros que trabalham artesanalmente na “Oficina do Segredo”.
Depois de se abastecer com os pastéis de Belém resista à tentação de os comer logo ali e guarde-os para mais tarde. Vai ver que lhe vão saber melhor com as vistas que aí vêm. Se quiser ficar por esta zona de Lisboa, tem muito para ver. Pode passear no Jardim do Ultramar ou, subindo um pouco a cidade, visitar o Jardim Botânico da Ajuda.
Para além destes também tem o grandioso Mosteiro dos Jerónimos e o Centro Cultural de Belém. Mesmo junto ao rio encontra o Museu Nacional dos Coches, o Padrão dos Descobrimentos, a Torre de Belém e a Doca de Belém.
Lisboa-Cascais-Praia do Guincho
Mas, desta vez, eu não ia para visitar Lisboa. Deixando as visitas referidas acima para outro dia, siga sempre junto ao Tejo em direcção ao Oeste, entrando na Marginal de Cascais (EN6).
Vai passar por Algés, Cruz Quebrada-Dafundo, Caxias e Paço de Arcos. Pare um pouco no Passeio Marítimo de Oeiras e ande um pouco a pé observando o Forte de S. Julião da Barra.
O Forte de S. Julião da Barra foi, em tempos, considerado como o “Escudo do Reino”, já que se trata da maior fortificação marítima de Portugal (hoje residência oficial do Ministro da Defesa Nacional), e constitui o maior e mais completo complexo militar de defesa no estilo Vauban que ainda resta no país.
O objetivo desta fortificação era o de controlar a entrada e saída das embarcações na barra do rio Tejo e o acesso ao porto de Lisboa. Para isso contava com a cooperação do Forte de São Lourenço do Bugio (também conhecido como Forte de São Lourenço da Cabeça Seca ou, simplesmente, Torre do Bugio), visível no meio das águas da foz do rio. Antes de voltar ao carro pode, ainda, passear na Marina de Oeiras.
Fotos Lisboa – Forte S. Julião da Barra, Marina Oeiras





Siga calmamente viagem pela Marginal, passando por Carcavelos e Parede e chegando a Cascais. Se quiser, dê um passeio a pé à beira-mar. Eu não o fiz nesta viagem e atravessei a vila até ao outro lado para ver a Boca do Inferno. Este local terá, em tempos, sido uma gruta formada pela acção da erosão provocada pela água da chuva nos calcários.
Depois das camadas superiores terem ido abaixo deixaram um enorme caldeira que está ligada ao mar por um arco, por onde as ondas do mar entram fazendo um barulho assustador. Daí o nome de Boca do Inferno.
Vídeos Boca do Inferno, Cascais, Portugal
A falésia e toda a área são impressionantes e vale a pena ficar a ver a Boca do Inferno por um pouco. Se for mais à tarde, não deixe de ver o magnífico pôr-do-sol enquanto as ondas rebentam lá em baixo fazendo espuma contra as rochas.
Fotos Boca do Inferno, Cascais, Portugal




É, também, a partir da Boca do Inferno que começa a ciclovia para o Guincho. Se tiver tempo, não deixe de a utilizar. E nem sequer precisa de levar uma bicicleta no carro. A Câmara Municipal de Cascais coloca à disposição de todos as “Bicas”, bicicletas de utilização gratuita. Nelas pode percorrer as duas ciclovias do concelho (Boca do Inferno-Guincho e Guincho-Parque de Campismo), num total de nove quilómetros de pista segura e destinada unicamente à circulação de bicicletas. De referir que as duas pistas não estão ligadas devido às dunas do Guincho.
Pode, igualmente, usar a sua “Bica” no centro histórico de Cascais, caracterizado pelas suas ruelas típicas e pitorescas. Alguns pontos de interesse serão o Largo 5 de Outubro (onde se encontra o antigo Palácio dos Condes da Guarda, hoje edifício dos Paços do Concelho), a Baía de Cascais, a marina, a Cidadela e o Centro Cultural de Cascais (antigo Convento de Nossa Senhora da Piedade).
Praia do Guincho
Da Boca do Inferno até ao Guincho, de “Bica” ou de carro, vai-se sempre à beira-mar. Pelo caminho encontra-se o Forte S. Jorge de Oitavos e o Farol da Guia. Na praia do Guincho impressionam o mar, melhor para o surf e o windsurf do que para banhos, e o vento sempre constante que faz as dunas atravessar a estrada diariamente, fazendo-me lembrar a Tunísia ou Marrocos.
Fotos Praia do Guincho, Portugal









Cabo da Roca
Depois de uns momentos na Praia do Guincho sugiro que entre novamente no carro e que siga para norte pela EN247 até sair para Azóia. Siga as placas em direcção ao Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa (coordenadas geográficas N38º47′, O9º30′).
Situado a 140 metros acima das águas do Oceano Atlântico, o Cabo da Roca é um local “Onde a terra se acaba e o mar começa”, como escreveu Luís de Camões n’Os Lusíadas.
No Cabo da Roca existe um bonito farol e um restaurante onde poderá comer algo. Ou então faça como eu e tire os pastéis de nata da embalagem. Deliciosa doçaria portuguesa no topo de uma uma falésia a olhar para o mar… Que mais se pode querer? Cuidado com o vento…
Fotos Cabo da Roca, Portugal






Aqui tem todo o Parque Natural de Sintra-Cascais para se aventurar. Só o conduzir lentamente pelas estradas com árvores de ambos os lados cujas copas se fecham e mal deixam passar o sol é um prazer. São inúmeras curvas e contracurvas pela serra. Se quiser, pode ir até Colares, à Praia das Maçãs e à bonita povoação de Azenhas do Mar.
Nesta região não será difícil encontrar um hotel para passar a noite. Eu voltei ao Guincho, pois a estadia do prémio que eu refiro no início deste artigo era no Hotel Fortaleza do Guincho, construído por volta do século XVII como uma fortaleza estrategicamente colocada.
Hoje é um hotel de cinco estrelas com oito Quartos Courtyard, dezasseis Quartos Superiores e três Junior Suites que preservam, apesar das remodelações, a arquitectura original do edifício.
Fotos Hotel Fortaleza do Guincho



O seu restaurante foi premiado com uma Estrela Michelin ainda em 2001 e até hoje (2019) ainda a mantém. Tem uma Carta de Vinhos também distinguida pela revista Wine Spectator, sendo seguramente uma das melhores a nível nacional e internacional.
Todos os preços no Hotel Fortaleza do Guincho são, obviamente, a condizer com a qualidade dos serviços que se prestam e com a sua localização privilegiada.
