Interlaken e Jungrau, na Suíça seriam a etapa seguinte desta viagem de carro na Europa. Depois da anterior, em que vimos o Château de Chillon, junto ao Lago Genegra, na Suíça, e as suas mil e uma divisões, acordei com vontade de conhecer melhor o país. Especialmente, as suas montanhas.
Acordámos na pousada da juventude de Interlaken, Backpackers Villa Sonnenhof, com a vista desde a janela que pode ver na imagem acima.
A montanha suíça chamava-nos. Saímos da pousada da juventude e fomos a conduzir até ao centro de Interlaken. Esta pequena cidade de 15.000 habitantes (54km a sudeste de Berna e 130km a sudoeste de Zurique) pode ser chamada de capital do turismo da Região de Oberland.
O nome Interlaken nasceu da sua localização entre lagos, o Thun e o Brienz, ligados por um canal que corre junto ao centro. A região é um local famoso há mais de três séculos, tendo sido primeiro um resort de verão que se viria a tornar apetecível durante todo o ano.
Em janeiro e fevereiro a montanha é apelativa para esquiadores porque os hotéis em Interlaken (e nos arredores) e os equipamentos para a neve são baratos. Mas no meio do verão é mais caro do que noutros locais da Suíça.
Nas lojas de Interlaken podem comprar-se chocolates, caixinhas de música suíças, relógios de cuco e artesanato com figuras talhadas em madeira entre muitas outras recordações.

Interlaken (568m de altitude) está ligada às vilas que a rodeiam e a outros lugares muito populares (tais como Jungfrau) através de teleféricos e pequenos comboios. Por isso, é fácil encontrar o que fazer em Interlaken (ou nos seus arredores, já que há muitas viagens e excursões que partem da cidade).
Nós decidimos ir ao Posto de Turismo para escolhermos o que fazer nesse dia. Após ouvirmos algumas opiniões e consultarmos uns folhetos, optámos por viajar de carro até às quedas de água de Trümmelbach e depois apanhar o comboio desde Grund até Jungfraujoch.
A conduzir pela montanha suíça acima, fomos apreciando as pequenas aldeias e a vista panorâmica de cada curva.




Meia hora depois chegámos a Trümmelbach (a 819m de altitude). Estas dez quedas de água estiveram inacessíveis aos olhos humanos até 1877. Antes, mantiveram-se escondidas dentro desta montanha suíça. É por isso que o seu nome não transmite uma impressão visual mas sim acústica – a de um curso de água que soa como um tambor.

A quantidade de água nas cascatas varia bastante. De dezembro a março há apenas um pequeno ribeiro que desliza rocha abaixo entre lençóis de gelo.
Mas entre abril e junho (quando a neve derrete), de junho a setembro (quando o gelo do glaciar derrete) e também sempre que chove muito, chegam a correr 20.000 litros de água por segundo! Só vos digo que o som é impressionante.
Para chegarmos lá acima às cascatas propriamente ditas temos que usar este elevador. Depois ainda nos esperam escadas, muitas escadas, que atravessam a rocha ao lado dos enormes buracos escavados na montanha pela água durante milhares e milhares de anos.
Por vezes, vê-se o céu durante um bocado, outras vezes não. A humidade é sempre muita e, por isso, é preciso ter bastante cuidado com as máquinas fotográficas.
É muito difícil tirar fotos porque as lentes ficam cheias de gotas de água, por mais que as protejamos. Para além disso, há pouca luz e não é fácil levar um tripé e montá-los nas escadas ou enquanto nos caem salpicos em cima.
Aconselho a quem se dedicar a viajar de carro por esta região de montanha no verão a ter, pelo menos, um casaco e umas calças de ganga vestidas neste dia por causa da humidade e do frio, que aumentam à medida que se sobe. Mas não deixem de ir ver estas quedas de água.





Depois de descermos das cascatas de Trümmelbach ainda ficámos um pouco a apreciar a água branca, oxigenada do gelo do glaciar, que corria com força por entre o verde.


