Viajar é caro? Quanto custa uma viagem, por exemplo, ao Japão?

Viajar é caro, dizem.

Desde sempre que ouço os meus amigos a dizerem-me que devo ser rico para viajar “tanto”. Este “tanto” é muito relativo. Porque eu viajo bastante comparado com eles. Mas muito menos do que outras pessoas. Na verdade, as comparações não servem para nada. O que me interessa é podermos fazer o que realmente gostamos.

A realidade é que não sou rico, nem pouco mais ou menos. Ainda que isto seja, mais uma vez, relativo, porque aqui em Portugal, se formos ver, comparados com bem mais do que metade do planeta Terra, somos efetivamente ricos. E cheios de problemas de primeiro mundo… Quase todos nós.

Perguntam-me estes amigos como é que eu arranjo dinheiro para viajar. É o que me proponho contar neste artigo. Estão prontos? Vou-vos contar todos os segredos, incrivelmente inteligentes, astutos, fantásticos. Só ao alcance duma mente muito à frente como a minha… 😉 Na verdade… não há nada de especial.

É uma questão de escolher um estilo de vida que nos torne mais felizes porque não buscamos sempre a gratificação imediata de comprar mais e mais e mais. Sejamos sinceros, quanto tempo andamos às vezes a sonhar, entusiasmados com a data “daquela” compra para, uma semana ou duas depois de concretizada, acharmos que não foi assim tão boa ideia. Ou então, o objeto passou a ser só mais um, banalizado no meio dos outros todos que já temos. Pois é. Não é segredo. A antecipação, muitas vezes, trama-nos. Idealizamos e regozijamos por antecipação. Da mesma forma que sofremos por antecipação desnecessariamente.

Se calhar, está na hora de nós, aqui no conforto do nosso país europeu com, apesar dos pesares, imensas garantias de vida, vivermos mais no presente.

Algo que seria também muito bom para nós era mudar o chip do queixume e fazermos contas. Contas reais pesando tudo muito bem. Explico melhor mais adiante.

Entretanto, adianto que o meu estilo de vida é muito simples. Costumo dizer a brincar que vivo como um monge. Não bebo porque não me dá prazer. Não fumo porque não me dá prazer e gostaria de ter saúde ainda durante umas décadas. Tento não fazer compras desnecessárias ou ir comer fora a toda a hora. A única coisa que comprei a crédito na minha vida foi a casa onde vivo.

Não tenho qualquer apego a objetos, especialmente se forem caros. Abro exceções a 3 items: um bom computador, um bom telemóvel e uma boa máquina fotográfica. Considero-os ferramentas de trabalho pois permitem-me ganhar dinheiro em projetos online que faço em part-time. Ainda assim, mantenho estas ferramentas imprescindíveis cá por casa 5 a 10 anos.

Dá-me prazer poupar e investir. Não para ver os números a crescer tipo Tio Patinhas mas para atingir e garantir algo que, para mim, é impagável: independência financeira.

Mas este artigo é sobre viagens, certo? Na minha cabeça, e na minha carteira, estas só são possíveis se o meu estilo de vida for como descrevi.

valores viagem

A minha viagem ao Japão – que comece a destruição das economias (ou talvez não…)

Vou-vos contar a minha viagem ao Japão em termos de gastos (o roteiro, as dicas e as fotos hão-de surgir aqui no Foto Viajar).

Poderia usar outro exemplo de outra viagem qualquer mas escolho o Japão porque os valores são astronómicos se compararmos com, por exemplo, uma escapadinha de poucos dias a uma capital europeia voando numa companhia low cost.

Quero deixar bem claro que o objetivo deste artigo não é vangloriar-me de que consegui ir ao Japão, um país que sempre me fascinou. Nada disso. Tenho noção de que será difícil para algumas carteiras realizarem esta viagem. Ou, então, demorará mais tempo para pouparem o dinheiro. Ou, então, aplicam o que descrevo abaixo para, com outro tipo de orçamento, mais baixo, irem “ali” a Paris, à Estónia, a Marrocos, à Eslovénia, a Espanha. Para outros bolsos mais recheados será bem mais fácil do que para mim. A verdade é que fazer comparações não importa absolutamente nada. É a segunda vez que o digo neste artigo.

Seja como for, é tudo uma questão de orçamento, de disponibilidade, de vontade.

Estão prontos para as contas chatas?

Custo total da viagem ao Japão = 8000€ Ouch!!!!!

Antes de saírem do Foto Viajar a mil à hora, vamos lá ver porque custou tanto… ou tão pouco, se seguirem a minha maneira de pensar.

Para começar, éramos 3 pessoas. Eu, a minha mulher e a nossa filha (com 10 anos na altura). Ou seja,

Custo total da viagem ao Japão por pessoa = 2666€.

Já está a melhorar!

A viagem durou 23 dias. Ou seja,

Custo por dia da viagem ao Japão por pessoa = cerca de 115€.

Já assusta menos, verdade?

Ainda assim, um total de 8000€ é muito dinheiro para “estorrar” numa viagem. É o que me dizem os meus amigos (que pensam que eu sou rico ou maluco). Mas, se calhar, não é tanto assim. Sem querer deixar-vos pensar que transformo água em €€€, vamos a contas.

O planeamento – caminho para poupanças reais (ou apenas na minha cabeça)

Querem poupar muito dinheiro numa viagem? Fácil! Sejam versáteis com as vossas datas e com os vossos destinos. Por outras palavras, investiguem regularmente quais são os preços e promoções dos voos para 4 ou 5 destinos que vos apeteça conhecer. Considerem também outras cidades para as quais poderão voar em low cost por preços muito mais baratos e depois seguir para o destino final também em low cost.

Eu fiz precisamente o contrário do que sugiro no parágrafo anterior. Começa bem…

Para uma viagem ao Japão, no outro lado do mundo e com tanto tempo de voos, só posso ir no verão. Porque só nessa altura é que eu e a minha mulher podemos tirar férias tantos dias seguidos. Para além disso, é só no verão que a nossa filha tem mais do que 15 dias seguidos com férias escolares. E temos mesmo de a levar. Porque acreditamos que viajar com crianças, os nossos filhos, é um dos maiores prazeres de sair de casa. E a experiência mais enriquecedora que lhes podemos proporcionar.

quanto custa viagem

Visto que muitas pessoas têm as mesmas restrições que nós, é natural que os custos de voos, hotéis, etc, sejam logo mais altos no verão. Ora, se tiverem hipótese de escolha da época do ano para fazer esta ou outra viagem, estão a cortar imediatamente o valor em 10%, 20%, 30%,…

Mas voltemos à minha viagem exemplo ao Japão. Os valores que surgirem são totais e não por pessoa. Vou enunciar apenas aqueles que são verdadeiramente significativos. Apesar de muitas pequenas despesas em viagem (e no dia-a-dia) serem tão importantes para as contas finais como uma grande nota a sair do nosso bolso…

Voos para o Japão

Na minha primeira pesquisa percebi que os voos não poderiam custar menos de 2500€ ida e volta. Este preço era através de companhias aéreas chinesas, o que significaria que haveria uma escala em cada direção numa cidade desse país.

Dois problemas nestes voos:

  • O tempo de escala não permitia sair do aeroporto. Ou seja, não conseguiríamos sequer visitar uma cidade chinesa. Se fosse possível, isso implicaria também conseguir vistos, aumentando os custos da viagem para tão breve recompensa. Sinceramente, nem sequer cheguei à fase de explorar esta possibilidade.
  • O voo Portugal-China seria extremamente longo, assim como o voo China-Portugal. Estamos a falar sempre em mais de 12 horas, o que não pode ser interessante para ninguém, mesmo que voássemos em primeira classe, o que está obviamente completamente fora de hipótese.

Depois de procurar alternativas, a escolha de voos acabou por ser contra-intuitiva. Ou seja, optei por uma solução… mais cara.

Lembrei-me que a companhia aérea Emirates permite fazer um stopover nos Emirados Árabes Unidos (EAU). Passo a explicar.

Como imagino que saibam, promoções à parte, é quase sempre mais barato comprar:

  • diretamente 1 voo Lisboa-Tóquio com escala no Dubai
  • do que 1 voo Lisboa-Dubai + 1 voo Dubai-Tóquio

Podem ser exatamente os mesmos voos, à mesma hora, mas só porque estamos a fazer duas “compras” a primeira opção fica mais barata.

Ora, a Emirates permitia (verifiquem se ainda permite na altura em que lerem este artigo) que nestas situações nós ficássemos no máximo 96 horas (4 dias) nos EAU em cada escala sem aumento dos custos.

Escusado será dizer que escolhemos a opção Emirates.

Custo total dos voos = 3100€

Mais 600€ do que se tivéssemos voado pela companhia chinesa (2500€).

Parece que vos estou a ouvir: “Então mas este artigo não era sobre poupar dinheiro em viagem?!” Calma.

Afinal, o que ganhámos com esta despesa acrescida?

  • Viajámos noutro país
  • Todos os voos tiveram 8 a 9 horas (consideravelmente menos do que as 12/13h Portugal<->China)
  • Poupámos imenso dinheiro numa futura viagem apenas aos EAU (seria impossível conseguir voos ida e volta para 3 pessoas por apenas 600€!)
  • Melhores horários, permitindo voar de noite e, consequentemente, aumentando o tempo útil de viagem em terra.

Excelente negócio!

Já agora, deixo a informação. Também outras companhias de bandeira, para fomentar o turismo nos seus países, oferecem stopovers gratuitos nas cidades onde têm a sua base: Air Canada, Iberia, Finnair, Ethiopian, Icelandair, Etihad, Singapore Airlines e… a TAP.

Começo quase sempre por fazer pesquisas de voos na Skyscanner. Compro aí os voos ou, se as melhores opções ida/volta forem numa única companhia aérea, vou diretamente ao seu site.

Comboios no Japão

A forma mais rápida e eficiente de viajar no Japão é, sem dúvida, usar a moderna rede de comboios-bala e mesmo as alternativas mais lentas (ou o metro nas cidades). Chegam sempre a horas e são extremamente confortáveis. Decidimos comprar um Japan Rail Pass para cada um de nós com validade para 14 dias.

Na verdade, ficámos 19 dias no Japão (+ 1 no stopover no EAU na ida, + 3,5 nos EAU no regresso = 23 dias de viagem). Ou seja, nos 4 dias não cobertos pelo Japan Rail Pass usámos o transfer gratuito aeroporto <-> primeiro hotel e vice-versa. Organizámos os últimos dias em Tóquio de modo a podermos andar a pé distâncias (relativamente) curtas mas também comprámos bilhetes individuais no metro.

Preços para adultos do Japan Rail Pass (crianças 6-11 anos pagam cerca de metade).

  • 7 dias – 236€
  • 14 dias – 375€
  • 21 dias – 480€

Contas feitas: (2 adultos x 375€) + (1 criança x 188€) = 938€! Já tinha dito Ouch lá em cima, não tinha???!!

Apesar de parecer caro (67€/dia), consegue-se poupar dinheiro utilizando o Japan Rail Pass comparando com a compra de bilhetes individuais. E é bastante mais cómodo mostrar o passe ao funcionário nas estações de comboios ou no metro de Tóquio sem ter de perder tempo com filas para comprar bilhetes. Para além disso… o passe também é válido nos autocarros locais de algumas cidades. Basta procurar pelo logo JR nas viaturas e nas paragens.

Também usámos outros autocarros alguns dias para nos deslocarmos na zona mais montanhosa entre Kanazawa e Matsumoto, com paragem em Shirakawa-go, Takayama e Okuhida Onsen.

Comprámos o passe no site oficial do Japan Rail Pass, ainda antes de viajar. Recolhemo-lo no Aeroporto de Tóquio e seguimos rapidamente até Hiroshima, a cerca de 800km.

Transportes nos Emirados Árabes Unidos

Os autocarros e o metro no Dubai são relativamente baratos e fáceis de utilizar. Foram os meios de transporte que usámos no primeiro dia do stopover Tóquio-Lisboa e no primeiro dia no regresso após o voo Tóquio-Dubai.

viagens dinheiro

Mas os EAU são muito mais do que o Dubai. Por isso, reservámos um carro nos últimos 3 dias da viagem, o que nos permitiu entregá-lo no aeroporto e poupar nesse transfer. Por apenas 134€ (e mais alguns tostões em gasolina super barata), visitámos também os emirados de Abu Dhabi (entrando na bonita Mesquita do Sheikh Zayed) e o bem mais tradicional Al Ain, com passagem pelo deserto de areia antes de regressarmos à zona mais antiga do Dubai (Deira).

Fazemos sempre as reservas de carro na Rentalcars, que faz parte do gigante Booking.com. A nossa experiência sempre foi muito boa nas reservas, cancelamentos, alterações, resposta a perguntas sobre seguros quando cruzamos fronteiras.

Alojamento

Normalmente, somos 3 a viajar. Enquanto a nossa filha Beatriz foi mais pequena, bastou-nos reservar um quarto duplo num hotel e partilharmos a cama, de preferência grande, para pouparmos dinheiro. Note-se que eu sou o maior da família e não tenho mais do que 1,65m… Em alternativa, optávamos por uma cama extra no quarto a um preço razoável. No entanto, a partir dos 10, 11, 12 anos torna-se cada vez mais difícil encontrar hotéis que não exijam a reserva num quarto triplo.

A nossa estratégia para reservar alojamento é sempre a mesma. Dentro dos nossos parâmetros de conforto e limpeza (ambos bastante importantes), tentamos encontrar o hotel ou alojamento local mais barato possível e que:

  • fique no centro da cidade/vila ou numa zona apetecível no caso de cidades enormes como Tóquio;
  • seja de fácil acesso para/desde as estações de comboios/autocarros e das paragens destes últimos;
  • tenha transfer incluído no preço do quarto (nos dias de transfer para/desde o aeroporto).

Sim. A localização paga-se, eu sei. Mas os transportes também. De que adianta poupar dinheiro ficando fora do centro da cidade para o gastar em metros e autocarros? E o tempo que se gasta nos percursos? Uma hora, duas horas por dia? Na minha opinião, a experiência é sempre muitíssimo melhor quando ficamos no centro.

Vamos a contas de hotéis no Japão e Emirados Árabes Unidos.

Custo total do alojamento = 2200€

Foi caro? Talvez. Perto de 105€/noite em média. Mas não se esqueçam de que éramos 3 pessoas. Ou seja, 35€/pessoa/noite (já sei, somos 3 mas o dinheiro sai sempre do mesmo bolso).

Para além disso, a localização e a inclusão de transfers quando possível diminuíram um pouco os custos de transportes. E se pensarmos que poupámos, por exemplo, cerca de 1 hora por dia em transportes para/desde o centro da cidade, acabámos por desfrutar de quase mais 24 horas (um dia!) na nossa viagem.

Apesar da média por noite ser a que indiquei acima, a diferença de preços entre os vários tipos de alojamento foi, por vezes, enorme.

Alguns detalhes curiosos sobre o alojamento

  • Duas noites foram “grátis”, as que passámos nos aviões.
  • No Japão, o valor da grande maioria dos hotéis nas cidades terá sido entre os 50€ e os 80€.
  • Ficámos uma noite num quarto tradicional japonês dum hotel antigo com onsen (spa natural), em Hirayu, na montanha, onde pagámos 203€! Foi mesmo caro para os nossos padrões, mas não trocava esta experiência por… 203€. Além do mais, a estadia incluiu pequeno-almoço e jantar tipicamente japoneses.
  • Nas grandes cidades, especialmente as mais visitadas por turistas, naturalmente, o preço do alojamento sobe em flecha. Em Tóquio, acabámos por ter de pagar 615€ por 5 noites (113€/noite) num hotel. Mas estávamos a menos de 5 minutos a pé da movimentada e louca zona de Shinjuku, onde íamos jantar quase sempre, e a 5/10 minutos de estações de metro em linhas diferentes que nos permitiam chegar rapidamente a qualquer ponto da cidade.
  • Ainda em Tóquio, saímos do hotel em Shinjuku para ir dormir ao outro lado da cidade na última noite no Japão. Porque nos ficava mais perto da zona do Palácio Imperial e do Templo Sensō-ji. Também porque diminuímos o tempo de autocarro até ao Aeroporto de Narita. Finalmente, porque nos traria a experiência única de dormir num hotel cápsula japonês. Três cápsulas em dois andares distintos (feminino/masculino) custaram um total de 102€. Valeu mesmo a pena. E ficámos com memórias incríveis. Ainda que eu tenha tido de dormir sozinho na ala masculina e que tenha deixado a chave do meu cacifo… dentro do cacifo quando já estava em trajes menores a preparar-me para ir tomar duche… Fui salvo por um simpático japonês que foi chamar o funcionário da receção para me vir acudir com a chave mestra.
  • Em Quioto ficámos numa guesthouse por 5 noites. Precisávamos de apenas 15 minutos a pé para chegar ao centro e à estação dos comboios. Usámos Quioto como base para visitar a região. Com as viagens de comboio incluídas no Japan Rail Pass, fizemos ida e volta desde Quioto até Osaka e Nara, ambas a menos de 1h de viagem. Esta guesthouse custou… 130€. Ou seja, 26€ por noite. Ou seja, 9€/pessoa/noite. Quase de graça! Era limpa e tinha uma kitchenette que nos permitia preparar, pelo menos, o pequeno-almoço. O prédio tinha uma lavandaria, que deu muito jeito para lavar a pouca roupa que levamos sempre em viagem. Fantástico negócio! E a banheira até tinha televisão…
contas viagem

A verdade é que nem sequer comprámos os voos ou reservámos os hotéis com muito tempo de antecedência por razões profissionais. Reservar mais cedo teria permitido escolher alojamento ainda mais barato.

Lista de hotéis no Japão

Lista de hotéis nos Emirados Árabes Unidos

Seguros

Quando viajamos no espaço da União Europeia não costumamos fazer seguros de viagem porque todos temos o CESD (Cartão Europeu de Seguro de Doença), que é gratuito e nos dá os mesmos direitos de saúde que os cidadãos do país de destino.

Mas na viagem ao Japão decidimos, naturalmente, fazer um seguro de viagem. Fazemos sempre pesquisa na Iati Seguros e na World Nomads. Depois de comparar preços e coberturas, nesta ocasião, preferimos a opção da World Nomads, que nos custou 200€.

Viagem ao Japão (e aos EAU) – Vamos a contas

Vamos somar todas as despesas que referi acima.

  • voos – 3100€
  • seguro de viagem – 200€
  • transportes – 1400€ (inclui Japan Rail Pass, autocarros, carro alugado, gasolina)
  • alojamento – 2200€

Custo = 6900€

Chegamos ao valor total de 8000€ se acrescentarmos 1100€, que corresponde a comida, entradas em monumentos, cartão SIM com internet no Japão e outras despesas.

Praticamente não comprámos lembranças ou quaisquer tipo de objetos e preferimos andar pelas ruas, falar com as pessoas, ir a mercados em vez de entrarmos em lojas. Mesmo em casa, não somos grandes consumistas. Além disso, quem tem espaço para pôr mais alguma coisa em 3 pequenos trolleys com bagagem para 23 dias? E quem quereria puxar mais peso ainda durante todo esse tempo? Nós, não.

Visitámos monumentos mas, visto que era impossível entrar em todos, fomos muito criteriosos na escolha, dando prioridade a lugares que estão intimamente ligados à cultura do Japão e dos Emirados Árabes Unidos.

Tomámos o pequeno-almoço quase sempre no hotel, quer estivesse incluído no preço do quarto ou consistisse em comida que tivéssemos comprado num supermercado. Temos tendência para não comer muito. Numa refeição principal, duas tigelas generosas de Ramen, por exemplo, são suficientes para que fiquemos os três satisfeitos e continuemos o passeio logo a seguir.

Quanto custou verdadeiramente a viagem na minha cabeça?

8000€, certo? Vamos por partes.

Eu e a minha mulher juntos recebemos perto de 2600€ de subsídio de férias.

8000€ – 2600 = 5400€

Antes de partirmos recebemos 1500€ de reembolso do IRS, .

5400€ – 1500€ = 3900€

Na minha forma de pensar, os valores que descrevo acima correspondem a “dinheiro grátis”. Não tivemos de trabalhar mais para o ganhar.

3900€ ainda é muito dinheiro. Mas era verão e nós estávamos de férias tal como grande parte das pessoas que acabaram por ir passar, por exemplo, 15 dias até à costa portuguesa para descansar do ano de trabalho e desfrutar do mar e do sol.

Quanto nos custaria alugar uma casa ou um apartamento perto do mar durante 15 dias em Portugal, em pleno agosto? 1000€? 1500€? 2000€?

Quanto nos custaria (afinal férias são férias) ir jantar ao restaurante só 7 dias? E os gelados? E um parque aquático? E sair à noite? E o combustível para ir dar um passeio pela região ou para visitar amigos? E os bilhetes de cinema? E quanto gastaríamos no supermercado? E…? Isto tudo custaria 500€? 1000€? 1500?

Não se esqueçam de que a viagem foi de 3 semanas… Se tivéssemos optado pelos 15 dias na praia (ou mesmo no interior), ainda teríamos despesas quer estivéssemos de férias mesmo em casa ou a trabalhar na terceira semana. Quanto gasta uma família por semana em casa tendo em conta que tem sempre de comer, pagar eletricidade, etc? 200€? 250€?

Percebem onde quero chegar?

Mesmo fazendo as contas pelos valores mais baixos que lanço nestes últimos parágrafos, este é o resultado.

3900€ – 1000€ – 500€ – 200€ = 2200€

Ou seja, na minha opinião, uma viagem de 23 dias ao Japão e aos Emirados Árabes Unidos custou apenas 2200€. Ou apenas 733€ por pessoa.

Foi quase de graça!

E concretizámos desejos já muito antigos. E vivemos experiências que nunca poderíamos ter vivido se tivéssemos ficado em Portugal.

Se dividirmos 2200€ por 1 ano, só temos de poupar 183€/mês. Ou, em 5 anos, 37€/mês.

Talvez sejam valores altos para imensos portugueses. Mas o ponto de vista que apresento é que, muitas vezes, as contas são uma questão de perspetiva.

preco viagem

Bem sei que, apesar do meu otimismo, ir até ao outro lado do mundo ainda continua a ser caro. Mas pode ser igualmente fascinante viajar em países mais próximos ou relativamente baratos como Espanha, Marrocos, Polónia ou República Checa. Fazer uma road trip na Europa traz-nos uma sensação maravilhosa de liberdade. Fazer um interrail é uma aventura. Há tantas viagens que se podem viver por menos dinheiro.

Repito aqui algumas dicas para poderem fazer uma viagem muito mais barata do que a minha. Seja como for, o importante é ir e crescer enquanto ser humano:

  • Viajar noutras alturas do ano (implica flexibilidade laboral);
  • Reservar com mais tempo de antecedência;
  • Escolher destinos mais perto, na Europa ou Norte de África, em companhias aéreas low cost;
  • Fazer road trips de carro pela Europa ou África (começando por Marrocos);
  • Fazer road trips em autocaravana alugada;

Viajar é caro? Talvez sim. Mas talvez seja apenas um dos mitos sobre viagens e viajar.

Se acharam alguma lógica nesta página, partilhem-na com alguém. Façam planos. Façam-se à estrada. Façam-se aos céus. Vão!

quanto custa viajar
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Como organizar as suas viagens?

Estes são os sites e serviços que uso. Se o inspirei a planear a sua viagem, siga os links abaixo. Assim, ajuda-me a manter este blog pagando você exatamente o mesmo pelas reservas. Muito obrigado!

  • Para reservar alojamento uso o Booking. Tem os melhores hotéis e promoções.
  • As minhas buscas e reservas de voos são feitas no Skyscanner.
  • De longe, o melhor site para alugar carro é o Rentalcars.
  • Para comprar tours e bilhetes para atrações uso o GetYourGuide.
  • Comparo e faço seguros de viagem na Worldnomads ou na Iati Seguros. Nesta última, vai ver logo os preços com 5% de desconto por ser leitor do Foto Viajar.
  • Uso o Cartão Revolut fora (e dentro) da Zona Euro para evitar taxas bancárias.

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